Oficina Vista Ortogonal

Um dos assuntos abordados nos estudos foi a Vista Ortogonal. A professora iniciou uma apresentação interativa sobre o assunto. Solicitou que o diário de bordo estivesse em mãos, pois, durante a apresentação, fizemos diversas atividades que envolviam o desenho de croquis. 

Em seguida, foi apresentada a contextualização histórica sobre o assunto. Desde a Antiguidade , já se tinha registro de desenhos de vistas ortogonais utilizadas em projetos de Arquitetura, no entanto foi durante a Revolução Industrial, que teve início no século XVIII, que esta ganhou destaque e desempenhou papel fundamental. A produção deixou de ser artesanal e passou a ser padronizada e em grande quantidade através da utilização de máquinas. A fim de suprir as demandas de produção, a Vista Ortogonal, teorizada por meio da Geometria Descritiva, proposta por Gaspard Monge no mesmo século, adquire caráter rígido e de grande precisão no intuito de criar uma forma única de interpretação de projetos, que passam a ter valor de documento.

O Sistema de representação do espaço por meio da geometria descritiva e da projeção ortogonal é o diédrico, estruturado no cartesianismo. As projeções são desenvolvidas no sistema mongeano (figura 139), definido pelos planos horizontal e vertical de projeção que, a partir de sua interseção (linha de terra), dividem o espaço em quatro diedros. Os diedros utilizados para o desenho são o primeiro e o terceiro. A linha formada pela interseção dos planos é denominada Linha de Terra.

A professora apresentou sólidos como um prisma de base triangular, um paralelepípedo e um cilindro e solicitou que registrássemos nos nossos diários de bordo, qual seria a vista frontal de um cilindro, depois a de um paralelepípedo e, por fim, a de um prisma de base triangular. Na ocasião, a vista frontal dos sólidos apresentados eram idênticas: um retângulo. Esse fato poderia causar transtorno na compreensão e execução desses sólidos se fizéssemos somente uma vista. Mediante isso, foi aberta discussão do número mínimo de vistas ortogonais necessárias para que não exista dúvidas na compreensão de um objeto. Na discussão concluiu-se que o número mínimo de projeções ortogonais (vistas ortogonais) necessárias para determinar um objeto são três: a vista frontal, a superior e a lateral esquerda.

Créditos das imagens:  MARQUES, Janaina Carneiro, 2016.

Sistema Mongeano

Créditos da imagem: REIS, Luiz Fernando. Notas de aula. DAU - UFV, 2007

Durante o encontro, a Arquitetura e sua história foi utilizada para vivenciarmos o conteúdo. Entre as obras escolhidas, as pirâmides do Egito. A professora mostrou a imagem das pirâmides e questionou se o grupo conhecia aquelas obras arquitetônicas. Por meio de perguntas, foi provocado um resgate histórico que envolvia denominação, localização, finalidade e método construtivo das pirâmides de Gizé. Posteriormente, a professora solicitou que cada aluno desenhasse em seu diário de bordo as três vistas principais de uma das pirâmides (vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda). Em seguida, foi solicitado que voluntários fossem ao quadro desenhá-las, justificando o modo de representação. Nesse momento debatemos sobre a forma de representação das pirâmides por meio da projeção ortogonal.

No intuito de proporcionar ao estudante oportunidade de alcançar níveis de abstração em várias dimensões, buscamos uma questão matemática que pudesse conectar o tema pirâmide, projeção ortogonal e que se aproximasse da realidade dos estudantes, a fim de incentivá-los. Escolhemos uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), prova que os possibilitará entrar em uma Universidade Pública, e por algumas vezes foi assunto de conversas informais entre os integrantes do grupo. Projetamos a questão 165 do ENEM 2012 no quadro , conforme descrição abaixo:

João propôs um desafio a Bruno, seu colega de classe: ele iria descrever um deslocamento pela pirâmide abaixo e Bruno deveria desenhar a projeção desse deslocamento no plano da base da pirâmide.


Na atividade seguinte, utilizamos uma maquete eletrônica (desenho digital em três dimensões), elaborada no software "sketchup". A maquete escolhida foi uma obra já estudada pelos alunos no encontro sobre perspectiva: a Vila Savoye, do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. No entanto, nessa atividade, baseados no posicionamento da obra no "sketchup", que nos possibilita ver a casa de cima, de frente e de lado, eles desenvolveram as vistas frontal, superior e lateral esquerda (Figuras 156 e 157).

© 2016 GPDTEC - Grupo de Pesquisa em Desenho Técnico
Powered by Webnode
Create your website for free! This website was made with Webnode. Create your own for free today! Get started